FESTEJANDO O DIA MUNDIAL DA TERRA(22 de Abril)
Um forte abraço para todos os seguidores deste blogue e outros eventuais visitantes.Paz e Bem para todos.
A VISITA DO PAI NATAL
Pedro era um pequeno pastor de meia dúzia de ovelhas,que tutelava,todas as tardes,até à serra,mal chegava da escola.Seus pais eram muito pobres e aquelas ovelhas eram a única riqueza que possuíam.
No casebre onde viviam não havia mais que duas enxergas e uma mesa meio desconjuntada,onde a família fazia as parcas refeições que o mourejar diário lhe proporcionava.
Chegado o Natal,o interior das casas da pequena vila brilhavam como estrelas na noite escura.Eram as árvores ornamentadas com luzinhas de muitas cores,o fogo aconchegante das lareiras e,como não podia deixar de ser,os saborosos acepipes que coloriam e perfumavam a mesa da tradicional ceia.
Mas para Pedro não havia nada disso.A noite de Natal era exactamente igual às outras,passada na serra até muito tarde e regressando,apressado,quando escutava,vindos dos cumes,os uivos dos lobos.
Nem ceia,nem presentes,nem nada...A sua vida era mesmo assim.E nem se queixava,porque sabia que de nada lhe serviria fazê-lo.O seu sonho de um dia poder dar uma vida melhor aos seus pais não passava disso-de um sonho,certamente,irrealizável.
Porém,nesse Natal,tudo seria diferente...
De súbito,ouviu o tilintar de muitos chocalhos e,voltando-se,deu de caras com um velho de longas barbas brancas que acabava de apear-se de um trenó belamente ornamentado e atafulhado de presentes.
-Quem é vossemecê?-perguntou Pedro,temendo que o recém-chegado lhe quisesse fazer mal ou,talvez-quem sabe?-roubar-lhe as ovelhas.
-Não temas-disse-lhe o velho,olhando-o com doçura.-Não me reconheces?
-Não,senhor-respondeu Pedro,encabulado.
-Nunca ouviste falar no Pai Natal?-perguntou-lhe o estranho personagem.
-Já-disse o pequeno pastor.-Mas sei que não existe.
-Enganas-te-volveu o velho.-Eu sou o Pai Natal.E trago-te um presente.
-A mim?-perguntou Pedro,desconfiado.
-Sim.A ti.
E,dando meia-volta,dirigiu-se ao trenó e regressou para junto do menino com um enorme ovo,mais brilhante que a lua que iluminava o céu.
-É um ovo de ouro-disse-lhe o Pai Natal.-Com a venda deste ovo,poderás libertar os teus pais do jugo da miséria em que viveis.Mas o mais importante não é o ovo em si,mas o que está no seu interior.
E,abrindo-o,retirou de lá um pequeno pergaminho e estendeu-o a Pedro.
-Sabes ler,não é verdade?
-Sei,sim,senhor.
-Então lê o que está escrito.
-Só tem uma palavra.
-E que palavra é?-perguntou-lhe o Pai Natal.
-CONFIA,leu o pequeno pastor.
-Exactamente!CONFIA.Confia sempre.Se o fizeres,não temerás a pobreza nem nenhuma outra contrariedade que possa surgir na tua vida.E transformar-te-ás numa grande pessoa,talvez num médico de grande prestígio,num cientista de renome...eu sei lá!
Afagando o cabelo de Pedro,rematou:
-Que tenhas um Feliz Natal.
E,sorrindo sempre,tomou assento no trenó,ordenou às renas que avançassem e partiu,céu fora,rumo ao infinito.
-CONFIA,leu Pedro,de novo.-Sim!A partir de agora,nunca deixarei de confiar!-murmurou,resoluto.
E,chamando o pequeno rebanho,desceu a serra rapidamente,levando,nas mãozitas geladas,aquele ovo maravilhoso que iria mudar para sempre a sua vida e a da sua família.
LUCÍA-A CURADORA
A prática da caça-de andar a roubar a vida aos animais por puro deleite-é um crime abominável.Mas continua a exercer-se,apesar de todos quantos protestam contra ela.
Esta é a história de uma menina-Lucía de seu nome-,que decidiu erguer bem alto a bandeira da luta contra o assassinato dos nossos irmãos-os animais.
Como vive muito perto de uma floresta onde homens sem coração nem respeito pela Mãe Natureza e por si próprios se dedicam a essa actividade,procura ajudar as indefesas vítimas,alertando-as para a chegada iminente dos seus algozes;e,no caso de encontrar algum bicho imobilizado pelos chumbos que o atingiram(com uma ferida não mortal ou uma pata partida),trata de os curar o melhor que pode e sabe.
Ragnar-o seu amigo corvo-,com quem ela dialoga como se estivesse a falar com uma pessoa,participa diligentemente nessa dolorosa mas belíssima missão de dar apoio a quantos coelhos,raposas,perdizes,gaios e outros filhos da criação rusticana precisem do seu generoso contributo.
-Há uma raposa ferida a um par de quilómetros daqui!-informa-a o corvo.
E lá vão os dois-ele voando e ela correndo a bom correr-levar o necessário auxílio à infeliz raposa.
Por tudo isso é amada por cada ser que habita a floresta(incluíndo as próprias árvores,os riachos de águas saltitantes e até as pedras que,revestidas de musgo,lhe pedem que se sente sobre elas quando,ofegante,regressa de mais uma das suas missões salvíficas.
Para aqueles que pensam que só há gente má ao cimo da Terra,o exemplo de Lucía,com o seu abnegado esforço
,vem demonstrar o contrário,ou seja,que,na verdade,ainda há muita gente de bom coração que faz frente à maldade,à ignorância e à desumanidade de alguns.
Muito em breve falar-vos-ei,de novo,de Lucía,e do profundo amor que dedica àqueles que,vivendo no Planeta Azul,têm tanto direito à vida como todos nós.
Entretanto,será muito bom que nos disponhamos a engrossar as fileiras deste exército pacífico,cujo único objectivo é transformar o mundo em que vivemos num lugar maravilhoso,onde todos-pessoas e animais-possamos viver felizes.
O senhor Tomás orgulhava-se de ter o melhor e mais viçoso pomar em muitas milhas em redor.Na verdade,as suas maçãs-que ocupavam quase a totalidade da sua produção frutícola-eram únicas!Grandes,de pele brilhante e,sobretudo,muito saborosas.E o seu número era de tal magnitude que se via obrigado a guardá-las,quando amadureciam,num celeiro onde armazenava,também,outros frutos da sua colheita.O pior é que,volta e meia,as maçãs desapareciam como por encanto,sem que em torno dos cestos onde as guardava pudesse detectar pegadas ou outro tipo de sinais que lhe permitissem desmascarar e deitar a unha ao misterioso larápio.
Ora o nosso amigo Tomás tinha um rato de estimação-o Avelino-,que salvara,num compassivo gesto,de morrer afogado no tanque da quinta.E que ideia teve?A de treinar o pequeno roedor de molde a transformá-lo num verdadeiro guarda.E até pediu à costureira da aldeia que lhe fizesse uma farda e,se a tal lhe chegasse o engenho,um boné a condizer.
Alguns dias depois,o rato Avelino era entronizado como guarda do celeiro do senhor Tomás.Porém,os roubos das maçãs continuaram a acontecer,sem que o simpático ratinho pudesse fazer algo para os impedir.Até que,numa certa noite,quando Avelino se preparava para fazer uma merecida e revigorante soneca,ouviu distintamente risos e cochichos que,pela sua intensidade,se percebia provirem do interior do celeiro.Pé ante pé-ou,melhor dizendo,pata ante pata-aproximou-se do local onde os responsáveis por tais ruídos se encontravam...E que viu?Dois trasgos banqueteando-se com as maçãs,em companhia de um anafado esquilo!Convém,antes de mais,explicar o que é um trasgo,já que os esquilos toda a gente sabe o que são.Ora vamos lá ver se o saberei fazer de forma clara...Os trasgos são uma espécie de espíritos caseiros extremamente astutos,especialistas em dar cabo do juízo aos infelizes que com eles se cruzarem.Adoram pregar partidas,partir loiça,roubar objetos de estimação,em suma,fazer toda a espécie de tropelias.
Sem fazer ruído,o guarda Avelino saiu do celeiro e foi chamar o senhor Tomás.Este,dormia a sono solto,e o seu pequeno ajudante teve de lhe mordiscar a ponta do nariz para o acordar.O pobre homem soltou um grito de dor e,ao ver o rato,percebeu,de imediato,que algo de grave se estava passando.Então,vestiu-se rapidamente,pegou numa moca de madeira de vidoeiro que guardava sempre atrás da porta e avançou para o celeiro.Aí chegado deu com os gatunos das suas queridas maçãs que,ao vê-lo,fizeram menção de fugir."Esperem",pediu-lhes o senhor Tomás."Não vos quero fazer mal.Desejo,apenas,chegar a um acordo convosco".E qual foi o trato que fez com eles?,perguntar-vos-eis.O de se comprometerem a não roubar mais maçãs,em troca de uma tarefa que seria justamente remunerada."Colheis os frutos das macieiras e eu,em troca,dou-vos,semana após semana,uma arroba(1) bem medida de maçãs".Os trasgos conferenciaram entre si e concordaram com a proposta do agricultor.E,a partir desse dia,cessaram os roubos e os consequentes prejuízos.
Que lição nos é possível extrair desta história?Que,com diálogo e compreensão,podemos resolver todos os problemas,sem precisarmos de recorrer à violência e à vingança,como tantas vezes fazemos.
Que belo exemplo o do senhor Tomás!Vamos segui-lo?
(1)Arroba(do árabe "ar-rub",a quarta parte) é uma antiga unidade de massa usada em Portugal,no Brasil,em Espanha e na América Latina hispánica,e equivale a 15 kg.
AMIGAS PARA SEMPRE

A MENINA DO LAÇO VERMELHO

Nas semanas seguintes,Amélia chorou amargamente o infausto acontecimento.Apesar do que Lídia lhe confidenciara,para ela a morte continuava a ser uma coisa feia e assustadora.E tudo o que se dissesse para além disto era pura fantasia.Mas,apesar do seu cepticismo-tão vulgar em quem nunca experimentou o "outro lado"-,resolveu ir até ao bosque e sentar-se no mesmo lugar onde estivera com a sua amada filha da última vez.
Ao recordar esses momentos,grossas lágrimas lhe sulcaram a face pálida.A Primavera já ia alta e tudo fervilhava de vida.Através das árvores,os raios solares penetravam naquele anfiteatro florido e perfumado.
Até que um desses raios-talvez mais potente do que os outros-incidiu,qual holofote apontado ao artista que evolui no palco,sobre uma belíssima borboleta vermelha.
-É o sinal!-exclamou Amélia,levando a mão ao peito.
Agora,sabia que Lídia não morrera!Sabia que isso da morte é uma história muito mal contada,porque a "morte" é algo que não existe!
E aí estava essa maravilhosa borboleta vermelha para lho provar.
A FLORESTA ESTÁ MUITO CARINHOSA
Desta vez,o autor é outro...Trata-se do menino Pedro Ivo,de Goiânia,Brasil,que descreveu assim esta pintura:
"Eu vi um coelhinho e uma maçã,um passarinho,uma fadinha,um bebezinho,uma estrela no rostinho dele e um montão de florzinha em volta,e um montão de frutinhas.Tem uma floresta que é muito carinhosa e está nas nuvens.O bebé-anjo está pondo a carinha pra ver as fadinhas,pra ver se ela está bem carinhosa.E tem um floco de neve e,quando balança fica nevando,e tem água dentro,igual da minha irmã Laryssa,e de fora é feito de vidro.O passarinho tem preto e azul,e tem cinza,e ele usa um chapeuzinho muito bonitinho e tem bico e está cantando.Tem um caracolzinho e um montão de luizinha em volta.E tá cheio de bolinha cinza e azul.E a fadinha está usando um vestido que é cinza e ela está segurando a maçã.E ele está "assim" pra mostrar pro anjinho que a floresta está muito carinhosa."(Pedro Ivo,6 anos,quase 7 "e ainda vai demorar umpouquinho").
Lindo,não é?Quem me dera escrever assim!
O NATAL EM AHALAUM OU A SUBLIME NOITE DAS FLORES LUMINOSAS
São múltiplos os universos paralelos,como são incontáveis em número e diversidade os seres que habitam as suas esferas.E em quase todas elas se festeja o Natal.
É o caso de Ahalaum,planeta de pouca densidade e de cor esmeraldina,situado numa dimensão vibratória muito superior àquela em que gravita a Terra,e certamente muito mais evoluído sob todos os pontos de vista-de tal modo que o que lá é trivial em termos tecnológicos será
,para nós,pura magia.
O Natal em Ahalaum acontece numa data denominada Intercâmbio do Avatar,no início do Terceiro Teutargo.
(Chamam-se Teutargos ao princípio e final dos Três Grandes Letargos-espécie de hibernação colectiva de reequilíbrio energético-,os quais contam com seis festas:Intercâmbio Lunar(1);Intercâmbio Flório;Intercâmbio Esmeraldino;Intercâmbio Estelar;Intercâmbio Avatar e Intercâmbio do Regresso ou do Renascimento.)
Sabereis,por certo,que Avatar é a descida de um ser divino,em forma materializada, ao convívio dos humanos.Assim,tal como Jesus é um Avatar em relação à Fé Cristã,Y-Juaa-o Senhor do Sorriso Perene-personifica essa entidade em relação aos habitantes de Ahalaum.
Diz-se que foi incubado numa Shala(Flor Sagrada),em cujo receptáculo Halaany(sua mãe) e Heliom(seu pai),depositaram,cada um de per si,uma lágrima de alegria.Da fusão dessas duas lágrimas nasceu,pois,Y-Juaa.
Na Noite de Natal,ou seja,quando se recorda e festeja o seu nascimento,as pessoas reúnem-se nos imensos jardins que cobrem,quase por completo,o Planeta Verde,bebem o Térgure-espécie de licor refrescante cuja cor mistura o ouro com o vermelho da groselha-,comem a Patía-uma torta gigantesca muito tostada,confeccionada com belíssimas bagas que fazem lembrar pedras preciosas- e saúdam-se nos seguintes termos:"Shbon al awí",que significa "a Paz seja contigo".
Então,as flores iluminam-se devido a um incrível fenómeno,como se houvesse no interior de cada uma delas uma pequena lâmpada,e produzem sons maravilhosos,sinfonias de indescritível beleza.
Aqui,no planeta que habitamos(e que tão mal tratamos),o Natal perdeu muito do seu verdadeiro sentido.Pelo contrário,em Ahalaum as flores ganham luz própria e os seus habitantes fazem a festa no aconchego dos seus corações.
Shbon al awí!,Amigos.E Feliz Natal.
(1)-A lua de Ahalaum tem à sua volta um anel gasoso que contém todas as cores do arco-íris.
É o caso de Ahalaum,planeta de pouca densidade e de cor esmeraldina,situado numa dimensão vibratória muito superior àquela em que gravita a Terra,e certamente muito mais evoluído sob todos os pontos de vista-de tal modo que o que lá é trivial em termos tecnológicos será
,para nós,pura magia.
O Natal em Ahalaum acontece numa data denominada Intercâmbio do Avatar,no início do Terceiro Teutargo.
(Chamam-se Teutargos ao princípio e final dos Três Grandes Letargos-espécie de hibernação colectiva de reequilíbrio energético-,os quais contam com seis festas:Intercâmbio Lunar(1);Intercâmbio Flório;Intercâmbio Esmeraldino;Intercâmbio Estelar;Intercâmbio Avatar e Intercâmbio do Regresso ou do Renascimento.)
Sabereis,por certo,que Avatar é a descida de um ser divino,em forma materializada, ao convívio dos humanos.Assim,tal como Jesus é um Avatar em relação à Fé Cristã,Y-Juaa-o Senhor do Sorriso Perene-personifica essa entidade em relação aos habitantes de Ahalaum.
Diz-se que foi incubado numa Shala(Flor Sagrada),em cujo receptáculo Halaany(sua mãe) e Heliom(seu pai),depositaram,cada um de per si,uma lágrima de alegria.Da fusão dessas duas lágrimas nasceu,pois,Y-Juaa.
Na Noite de Natal,ou seja,quando se recorda e festeja o seu nascimento,as pessoas reúnem-se nos imensos jardins que cobrem,quase por completo,o Planeta Verde,bebem o Térgure-espécie de licor refrescante cuja cor mistura o ouro com o vermelho da groselha-,comem a Patía-uma torta gigantesca muito tostada,confeccionada com belíssimas bagas que fazem lembrar pedras preciosas- e saúdam-se nos seguintes termos:"Shbon al awí",que significa "a Paz seja contigo".
Então,as flores iluminam-se devido a um incrível fenómeno,como se houvesse no interior de cada uma delas uma pequena lâmpada,e produzem sons maravilhosos,sinfonias de indescritível beleza.
Aqui,no planeta que habitamos(e que tão mal tratamos),o Natal perdeu muito do seu verdadeiro sentido.Pelo contrário,em Ahalaum as flores ganham luz própria e os seus habitantes fazem a festa no aconchego dos seus corações.
Shbon al awí!,Amigos.E Feliz Natal.
(1)-A lua de Ahalaum tem à sua volta um anel gasoso que contém todas as cores do arco-íris.
Um singelo poema de Anu,o Gnomo
Florinha azul
pequenina flor
do tamanho de um beijo
dado com Amor.
Florinha azul
humilde e bela
do tamanho
da mais longínqua
estrela.
Florinha azul
doce florinha
pedacinho de céu
amada minha.
pequenina flor
do tamanho de um beijo
dado com Amor.
Florinha azul
humilde e bela
do tamanho
da mais longínqua
estrela.
Florinha azul
doce florinha
pedacinho de céu
amada minha.
O Hino da Paz

Vivia numa pequena cidade do interior e era,segundo se dizia,o homem mais rico do país e um dos mais ricos do mundo.Dedicava-se,a tempo inteiro,ao tráfico de armas.Ou seja:participava,ainda que indirectamente,na morte de milhões de seres humanos.Tinha,pois,uma das mais aberrantes profissões que alguém pode exercer.Amiúde,chegavam às imponentes instalações que possuía nos arredores da cidade enormes camiões,transportando toneladas de pistolas,de espingardas,de metralhadoras e de toda a sorte de artefactos bélicos.Mas,estranhamente,ninguém os via sair a caminho dos muitos campos de batalha que,infelizmente,continuam a existir em vários pontos do planeta.Certamente procederia a essa actividade a coberto da noite,por improváveis remorsos ou por mera estratégia,para não chocar a opinião pública.Espicaçados pela curiosidade,alguns cidadãos decidiram montar guarda nas imediações da sinistra empresa,mantendo-se várias noites em vigília.Contudo,não conseguiram detectar o mais pequeno movimento.Até que,passado algum tempo -e para espanto geral-,o Senhor da Guerra(como era conhecido) abriu de par em par as pesadas portas blindadas,convidando toda a população a franqueá-las.E o certo é que ninguém ficou em casa.Todos se encaminharam para o sinistro armazém num frenesim sem nome.Transposta a entrada,escutou-se,quase em uníssono,uma exclamação de assombro.Porque,em vez das armas que julgavam ir ver,deram de caras com um número quase infinito de instrumentos musicais!Tubas,trombones,clarinetes,harpas,guitarras,violinos,violoncelos,e por aí adiante!Afinal,aquele homem fora comprando,ao longo dos anos,toda a sorte de armas,das mais simples às mais sofisticadas -mas todas elas mortíferas-,para as transformar em magníficos instrumentos musicais!"Agora,meus amigos,pegai no instrumento que mais vos agradar e tocai",pediu-lhes o falso traficante.Assim fizeram e,pouco depois,uma melodia fantástica se elevou daquele lugar,ecoando por toda a parte,até aos confins do Universo.Interpretavam-na milhares de pessoas de todas as idades e condições sociais.E tinha um nome:Hino da Paz.
O Muro

O PAI NATAL CONTA-NOS UM CONTO
A história que vos vou contar -e vos ofereço como prenda de Natal- passou-se numa floresta idêntica a esta em que nos encontramos,e tem como protagonista uma árvore que,de tão torta e mirrada,mais se assemelhava a um humilde arbusto estropiado por uma tempestade.E não me pergunteis que tipo de árvore era e a que espécie pertencia,porque não vo-lo saberia dizer.Repito:era torta e raquítica.E é tudo.Rodeada de imponentes abetos,que cresciam desafiando os céus,e vizinha de um velho e majestoso carvalho,ainda mais se acentuava a sua insignificância.Os abetos mofavam dela.As aves olhavam-na depreciativamente,por não encontrarem nos seus atrofiados ramos espaço onde pudessem construir os ninhos.Era,por assim dizer,o "patinho feio" das árvores daquela floresta.Quando o Inverno chegou,ostentando o seu imponente manto de arminho,e as bagas de azevinho salpicaram de vermelho as matas circundantes,todas as árvores se prepararam para festejar o Natal.Luziriam,com tal propósito,o seu mais requintado verde,e enfeitar-se-iam com a neve que caía abundantemente,unindo-se,assim,aos festejos que se avizinhavam.O próprio carvalho se ornamentaria com os seus apreciados pendentes de bolotas,que depois ofereceria aos gaios e aos javalis,no jeito de opíparas consoadas.E a pobre árvore retorcida e raquítica?...Essa,limitava-se a olhar tristemente para as outras e a suspirar.E,quanto mais expressava a sua mágoa,mais aquelas se empenhavam em humilhá-la,entre risadas escarninhas e sarcasmos.Condoído,o provecto carvalho decidiu que teria de fazer algo em benefício da infeliz.Nas vésperas de Natal -quando até o vento bufador e colérico se comprazia em cantar vilancicos em honra do Menino prestes a nascer-,falou com as aranhas que normalmente teciam as artísticas teias nos seus ramos,e com os pirilampos que,noite após noite,se acolhiam ao amparo da sua folhagem.O que combinou com umas e com outros ficou em segredo.Então,na mais mágica das noites,uma pequena árvore se destacou de todas as outras,fazendo tremeluzir de inveja as próprias estrelas,tão magnificente era o seu brilho!E quando, na manhã seguinte,o Sol voltou a iluminar aquelas paragens,ela continuou cintilante,como se estivesse crivada de diamantes.Perguntar-vos-eis que espantoso milagre aconteceu para que aquela árvore quase informe se tivesse transformado num verdadeiro paradigma de beleza.Eu vo-lo digo...Na tal reunião que teve com os seus pequenos hóspedes,o carvalho pediu às aranhas que tecessem nela uma grande teia que imitasse,o mais possível,a forma dos abetos;e rogou aos pirilampos que,mal anoitecesse,pousassem na teia,cobrindo-a por completo e,obviamente,iluminando-a com as suas lanternazinhas.E assim fizeram.Todos os animais da floresta vieram admirar aquela maravilha nunca antes vista,soltando exclamações de jubiloso espanto.Quando nasceu o novo dia e o sol brilhou no azul do céu,milhares de gotas de orvalho substituiram os pirilampos,brilhando como pedras preciosas,dando,assim,um novo toque de beleza à mal-amada árvore.E foi deste modo que,graças à bondade e ao engenho do velho carvalho,a protagonista da nossa história se transformou no ser mais belo e admirado da floresta!Feliz Natal!
AS BORBOLETAS DO AMOR

Conheço um mundo -situado noutra dimensão,ainda que bem perto do nosso- onde se operam os maiores prodígios.Poderia descrever-vos muitos deles,mas precisaria,certamente,de milhares de páginas para o fazer.Assim,decidi escolher um que,pela sua singeleza,me parece digno de destaque -reservando os restantes para futuras narrativas.Chamar-lhe-ei As Borboletas do Amor.Num edifício bojudo,que parece feito de madrepérola,um número incontável de seres angelicais incumbe-se de enviar para todos os mundos habitados borboletas energéticas,contendo em si os melhores sentimentos e propósitos.Utilizando artísticos cálices de ouro maciço,os excelsos trabalhadores depositam neles porções rigorosamente iguais de alegria,de harmonia,de generosidade,de paciência e de paz.Depois,sopram suavemente o conteúdo e,quase de imediato,este transforma-se em maravilhosas borboletas multicoloridas,as quais voam em busca dos nossos corações.E se os nossos corações estiverem abertos ao Amor,elas alojam-se neles para sempre!Convém esclarecer que estas borboletas não podem ser vistas pelos olhos humanos,porque são feitas de uma matéria muito subtil.Mas pressente-se bem o seu adejar.Sempre que nos sentimos impelidos a sorrir e a agradecer àquela pessoa que nos presta um serviço,a matar a fome a um necessitado,a oferecer flores a quem nos lança pedras,é porque a Borboleta do Amor esvoaça bem perto do nosso coração.E,se a deixarmos entrar,garanto-vos que,um dia,também nós trabalharemos no tal edifício cor de madrepérola,gerando e enviando para toda a parte essas magníficas Borboletas.
COM UM SIMPLES OLHAR

OS AMÁVEIS ORVALHADORES

O GNOMO TROMPETISTA

A DOCE FADA LYANA

Num lugar recôndito da floresta,leva-se a efeito uma das mais complicadas e apaixonantes tarefas que uma fada pode exercer:a da criação de novas flores.Assim,a fada escolhida para desempenhar esse mister tem,primeiro,de desenhar a flor,inventando um padrão completamente novo,que os gnomos versados em botânica e noutras ciências afins se encarregarão de reproduzir.É,como já disse,um trabalho deveras difícil,porque criar uma flor que seja completamente diferente de todas as outras-e é quase infinita a sua diversidade!-exige uma enorme imaginação,aliada a uma refinadíssima sensibilidade.Por isso,a escolhida para desempenhar tais funções é Lyana-uma fada amorosa,diligente e de uma criatividade inigualável,de cujas mãos têm saído os mais belos espécimes de flores que enchem de cor e perfume as clareiras da floresta.À primeira vista dir-se-á que é diferente das outras.Haverá,até,quem não a ache bonita,por olhar para ela de uma maneira superficial.Mas se a olhar com os olhos da alma,verá que não só é lindíssima como suscita em nós a vontade de a abraçar ternamente,de lhe dedicar uma canção ou um poema,e sobretudo de aprender com ela.Em suma:de a receber festivamente em nossos corações.Porque é assim que deve ser.
A MENSAGEM DE MUKNUMANI

O TEXTO DA MENSAGEM

EM NOME DA VIDA

Xavar-o velho javali-escutava com crescente nitidez os latidos excitados dos cães e o vozear dos caçadores.Sabia que,fosse para onde fosse,seria inexoravelmente descoberto e abatido.E pôs-se a recordar o que fora a sua vida naquela serra onde nascera e onde sempre vivera.Era pai de várias gerações de javalis-muitos dos quais mortos por aqueles ou outros caçadores que todos os anos calcorreavam aquelas paragens,de armas em punho e sorrisos alarves,como se estivessem não a cometer actos criminosos,mas a escrever,a tiros de zagalote,um poema de amor à Mãe Natureza e às suas Criaturas.Depressa ficou cercado pelos cães que,de dentes arreganhados,procuravam,em sucessivos ataques,dilacerar-lhe a carne.Ainda tentou fugir,buscando um hipotético esconderijo onde pudesse,como que num passe de mágica,furtar-se aos ardentes pedaços de chumbo que lhe fizeram surgir por todo o corpo pequenas flores de sangue.Turvou-se-lhe a vista e tombou sobre um tapete de giestas e urzes.Depois,respirou fundo e exalou o último suspiro,pacificamente,indiferente ao encarniçamento dos cães e aos dichotes dos caçadores.Com a morte de Xavar,os pássaros silenciaram o seu canto e toda a natureza envolvente se ensimesmou,como que expressando ao javali brutalmente assassinado o seu profundo pesar.Jovem Leitor:Se pensas-quando chegares à idade adulta-dedicar-te a essa prática abominável a que muitos chamam desporto,pára para pensar.Será que os animais silvestres foram tão amorosamente criados por Deus para exercitarmos,à sua custa,os nossos piores instintos?Ou tê-los-á criado para enriquecer o planeta que habitamos e tornar ainda mais grandiosa esta saga magnífica que é o contínuo Acto da Criação?Devemos ser sempre pela Vida.E,se quisermos caçar-se sentirmos em nós esse apelo atávico proveniente de um tempo em que éramos selvagens-,façamo-lo usando,em vez das mortíferas armas,máquinas fotográficas,e guardemos não as pobres carcaças dos animais mortos,mas as suas imagens plenas de vitalidade e de incomparável beleza.Que assim seja.
Carta do Chefe Índio Seattle
Em Janeiro de 1854,o Chefe Índio Seattle(Ts'ial-la-kum), dos Suquamish e dos Duwamish, enviou,ao então Presidente dos EUA,Franklin Pierce,que pretendia comprar uma imensa faixa territorial de sua tribo(prometendo,em troca,"uma reserva"),a seguinte carta:

Como podeis vós comprar ou vender o céu,o calor,a terra?Se nós possuíssemos a frescura do ar e a frescura da água,de que maneira poderia Vossa Excelência comprá-los?Cada pedaço dessa terra é sagrado para o meu povo.Cada agulha de pinheiro,cada rio murmurante,cada bruma nos bosques,cada clareira,cada zumbido de insecto é sagrado na lembrança e na vivência do meu povo.Nós somos uma parte da terra,e ela faz parte de nós.As flores perfumadas são nossas irmãs;o cervo,o cavalo,a grande águia,são nossos irmãos.As rochas escarpadas,o aroma das pradarias,o ímpeto dos nossos cavalos e o homem todos são da mesma família.Assim,o Grande Chefe de Washington,mandando dizer que quer comprar a nossa terra,está pedindo de mais a nós índios.Manda o Grande Chefe dizer que nos reservará lugares onde poderemos viver confortavelmente entre nós.Ele será nosso pai e,nós,seus filhos.

Prometemos pensar na vossa ideia de comprar a nossa terra.Mas não será fácil,pois essa terra para nós é sagrada.A água cintilante que corre nos riachos e rios não é só água,mas,também,o sangue dos nossos antepassados.Os rios são nossos irmãos.Eles saciam a nossa sede,levam as nossas canoas e alimentam os nossos filhos.Se nós vendermos a nossa terra,vós deveis lembrar-vos e ensinar os vossos filhos que os rios são nossos irmãos e também vossos,e vós deveis doravante dar aos rios a ternura que mostrais para um irmão.Sabemos que o homem branco não entende os nossos costumes.Um pedaço de terra para ele é igual ao pedaço da terra vizinha,pois é um estranho que chega,às escuras,e se apossa da terra de que tem necessidade.A terra não é sua irmã,mas sua inimiga,e uma vez conquistada,o homem branco vai mais longe..O seu apetite arrasará a terra e não deixará nela mais que um deserto.Não sei,os nossos costumes são diferentes dos vossos.A imagem das vossas cidades faz mal aos olhos do homem vermelho.Mas,isso talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não entende.Não há mais lugares calmos nas cidades dos homens brancos;a barulheira parece estourar os ouvidos.O índio prefere o doce assobio do vento lançando-se como uma flecha sobre o espelho de um lago,e o aroma da terra molhada pela chuva ou perfumada pelo pinheiro.O ar é precioso ao homem vermelho,pois todas as coisas participam do mesmo sopro-o animal,a árvore,o homem.Eles compartilham todos o mesmo sopro.O homem branco parece não se lembrar do ar que respira.

O vento,que deu ao nosso avô o primeiro fôlego,recebeu,também,o seu último suspiro.Pensaremos,portanto,na vossa oferta de comprar as nossas terras.Mas,se decidirmos aceitá-la,eu porei uma condição:o homem branco deverá tratar os animais selvagens como irmãos.Vi mais de mil bisontes apodrecendo nos campos,abandonados pelo homem branco,que os abateu de um comboio que passava.O que é o homem sem os animais?Se os animais desaparecerem,o homem morrerá de uma grande solidão.Ensinai também aos vossos filhos aquilo que ensinamos aos nossos:que a terra é nossa mãe.Dizei-lhes que a respeitem,pois tudo o que acontecer à terra,acontecerá aos filhos da terra.Quando os seus homens cospem no chão,cospem sobre eles mesmos.Ao menos sabemos isto:a terra não é do homem;o homem pertence à terra.Todas as coisas são dependentes.Não foi o homem que teceu a teia da sua vida;ele não passa de um fio desta teia.Tudo o que ele fizer por esta teia,estará fazendo para si mesmo.Há uma coisa que sabemos,e que o homem branco descobrirá,talvez,um dia:é que o nosso Deus é o mesmo Deus,e a sua piedade é igual,para o homem vermelho e o homem branco.Esta terra é-lhe preciosa,e danificá-la é cumular de desprezo o seu Criador.
FALEMOS DE TERNURA

Caminhando,um destes dias,pela Floresta Venturosa em companhia de um gnomo amigo(sentado no meu ombro e segurando-se ora ao meu cabelo ora a uma das minhas orelhas,para manter o equilíbrio...),chamei-lhe a atenção para a magnífica festa que é o acontecer de cada Primavera,com as flores brotando por toda a parte,os pássaros construíndo os ninhos numa azáfama constante e,um pouco mais tarde,o nascimento de uma nova geração de bichos-todos eles amorosos,mesmo os de espécies que parecem,à partida,menos belas;todos eles transmitindo-nos uma imensa ternura.E,estando nestes considerandos,lembrei-me de um coelhito que tive,cego e paralítico de nascença,e que eu retirava,todos os dias,da coelheira que compartilhava com sua mãe e irmãos,e transportava,cuidadosamente,até uma campinazinha de erva muito verde e tenra,para que pudesse,ao menos,desfrutar dos afagos do Sol e sentir,apesar das suas tremendas limitações,um lampejo de liberdade.Morreria pouco depois,o pobrezinho,mas durou o tempo suficiente para fortalecer em mim a semente da ternura-desse sentimento manso e aveludado que se exprime através de uma carícia,de um beijo,de um gesto solidário ou de uma palavra amiga.Ou,por outras palavras,essa alegria transbordante que sentimos quando acendemos estrelas no coração dos outros.
Contou-me,um destes dias,uma pessoa amiga que,andando na floresta com sua mulher a colher cogumelos,se deparou,a certo trecho,com algo que a fez arregalar os olhos,esfregá-los repetidas vezes e,finalmente,soltar um longo "ooooh" de espanto:Ali,mesmo à sua frente e poisados numa folha,estavam os sapatos mais pequenos que alguma vez vira!Mediria,cada um deles,no máximo,um centímetro e meio!A companheira,que andava por perto,correu,de imediato,para o marido que,muito pálido,apontava, em silêncio e com o dedo trémulo,o incrível achado.E também ela soltou uma exclamação de verdadeiro assombro.Nesse instante,porém,ambos se sentiram dominados por um estranho e súbito cansaço,uma fraqueza sem limites,desfalecendo ou adormecendo de imediato,sem sequer repararem na nuvem verde,com laivos doirados,que sobre eles pairava.O certo é que só acordaram cerca de três horas mais tarde!Entreolharam-se,sem proferir palavra,e apressaram-se a deixar,em passadas ainda trôpegas,aquele lugar enfeitiçado.E que foi feito dos sapatinhos?A verdade é que só se lembraram deles quando já estavam em casa.Teriam compartilhado o mesmo sonho?...Sinceramente,penso que não.Acredito piamente que viram os tais sapatinhos.E,por isso mesmo,decidi recriá-los, seguindo as instruções de quem os viu,para vos dar a conhecer tão fantástica experiência.

UM AMIGO ÍMPAR!

Os Meninos Loiros de Além-Mundo

Imaginemo-nos a passear na floresta ou caminhando esforçadamente pelo alto de uma montanha...De súbito,vemos refulgir,por entre a vegetação ou junto a um rochedo,algo que nos faz pensar em oiro puro.Paramos,avançamos pé ante pé,e...que vemos?Um menino de cabelos loiros e rosto de porcelana que nos fita com um olhar inteligente.E percebemos,atónitos,que nos fala por telepatia,ou seja,que a sua voz soa não aos nossos ouvidos mas directamente na nossa mente!A princípio,não sabemos se havemos de ficar ali,em presença daquele ser tão singular,ou dar corda aos sapatos!Mas ficamos(porque nos sentimos como que enfeitiçados).E o menino 'diz-nos'que não devemos temê-lo,pois não pretende fazer-nos nenhum mal.Explica-nos que vem de Além-Mundo,de um lugar fabuloso situado noutra dimensão;e,se soubermos escutá-lo,falar-nos-á das coisas boas que estão para nos acontecer,porque-é bom que se saiba-eles são mensageiros,exclusivamente,de boas-novas.Acontece,também,que a sua presença significa a existência de riquezas no subsolo do lugar!Explicou-me um velho pastor de muitos rebanhos que,se quisermos contactar esses meninos maravilhosos e pedir-lhes algum favor,devemos colher,para o efeito,uma bolota acabada de cair do mais frondoso carvalho que encontrarmos,embrulhando-a,de seguida,juntamente com flores de alfazema,num paninho de linho previamente lavado com gotas de orvalho e secado ao sol do meio-dia.Para formularmos o pedido,desembrulhamos a bolota,colocamo-la na palma da mão direita e repetimos,três vezes,"Menino d'Oiro,eu te peço",juntando a estas palavras a descrição do que pretendemos e agradecendo,no final,da seguinte maneira:"Menino d'Oiro,eu te agradeço tamanho tesoiro".Mas,atenção:Só nos escutará se o que lhe perdirmos for para ajudar o próximo ou algum animal em apuros!Eles detestam o egoísmo e a ambição desmedida e,por isso,apenas premeiam a generosidade.Ainda segundo o tal pastor,a felicidade que sentimos quando encontramos um desses meninos é tão grande,tão grande,que,de repente,parecer-nos-á que o Sol deixou a imensidão dos céus e se veio instalar bem dentro dos nossos corações!...
A LENDA DAS BORBOLETAS DE LUZ

Conta a lenda que,em pontos opostos da Floresta Venturosa -e separados por um rio de águas cristalinas-,viveram,há muitos séculos,dois poderosos senhores cujos filhos se amavam perdidamente.Jaahz-o filho de um deles- era um intrépido cavaleiro,tão bom a montar e a pelejar como a escrever versos.Dihili-a filha do outro senhor- era uma jovem belíssima,de longos cabelos negros,cuja voz,de tão maviosa,possuía o condão de fazer recobrar o viço às flores murchas e de fazer vibrar,com mais intensidade,todas as estrelas do firmamento.Ora acontece que os pais de ambos se odiavam mortalmente.Por esse lamentável facto,os jovens só podiam comunicar-se à distância,trocando mensagens apaixonadas.Jaahz enviava à sua amada longos poemas escritos em folhas de pergaminho que um diligente martim-pescador transportava no bico até à janela onde Dihiili ansiosamente o aguardava.E esta respondia-lhe fitando a Lua com os seus olhos aveludados e cantando com aquela voz profunda e mágica que dir-se-ia provir do próprio Paraíso.E as notas das melodias que entoava transformavam-se em borboletas de luz,que partiam pelos ares até aos aposentos do seu amado,rodopiando em torno dele em intrincados bailados.Um dia,porém,Jaahz partiu para a guerra e não mais voltou.Dihiili soube-o porque o martim-pescador a visitou por derradeira vez,trazendo no bico um pergaminho onde podia ver-se uma gota de sangue em forma de coração.Mas,apesar dessa fatalidade,a doce donzela não deixou de cantar para o seu amado.Por isso,ainda hoje,quando um viajante atravessa a Floresta Venturosa,não raro é surpreendido por uma imensa e luminosa revoada daquilo que ele pensa ser simples pirilampos.Mas não:são as notas das melodias que Dihiili entoa,transformadas,como outrora,em borboletas de luz,provando assim que o amor,quando verdadeiro,é eterno.
A Canção do Lobo Solitário

A CORÇAZINHA QUE EU QUIS

UM SONHO FELIZ

TÁLIA E O GAFARRINHOTO

UMA DESCOBERTA INCRÍVEL!

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